A Alta Incidência de U V na Região Nordeste.

04/08/2010 19:05

 

A inclinação do eixo de rotação da Terra é responsável por expor a faixa entre os paralelos 8° e 20° Sul a uma maior incidência dos raios solares. Também é um fato marcante que, altos índices de radiação U V têm atingido esta mesma região que abrange um território desde o Centro Oeste, Mato Grosso do Sul até a região Nordeste, alarmando a comunidade científica e sendo amplamente difundido pela mídia.

                Os altos índices de U V detectados no 1º semestre de 2010 (os maiores detectados até hoje) pode não ter causa exclusiva no fato de estarmos, literalmente, “VIRADOS DE CARA PARA O SOL”, como se pensava até o ano passado.

                 Uma equipe americana de geociências registro mais uma possível causa para essa alta incidência de radiação U V que assola, principalmente, a região Nordeste. Uma falha no campo magnético da Terra, localizada sobre o Oceano Atlântico, pode estar permitindo a penetração de radiação em taxas maiores que em outras regiões do planeta.

O campo magnético do nosso planeta age como um escudo, desviando para o espaço parte da radiação cósmica (U V, raios gama, raios X, etc.) que incidiria sobre a superfície. Esse excesso de radiação seria extremamente nocivo à biosfera, uma vez que essas diversas formas de radiação interferem com a sequência do DNA (código genético), comum a todos os seres vivos, podendo gerar mutações. Em doses moderadas, essas radiações podem ser consideradas promotoras da variedade genética que, selecionada naturalmente, é um dos alicerces da evolução das espécies.

Gerado a partir do movimento dos átomos no interior do núcleo quente do planeta, o campo magnético da Terra gera os pólos magnéticos da terra que divergem em aproximadamente 22° com o pólo geográfico. Rochas antigas estudadas por geólogos indicaram que, aproximadamente, a cada 12 mil anos, ocorre uma inversão desses pólos, com consequente variação do eixo de rotação da Terra. Essa reversão é precedida de falhas no campo magnético global, como as detectadas sobre o Oceano Atlântico na era atual. Mudanças no eixo de rotação associadas a alterações do campo magnético terrestre também podem estar relacionadas, segundo os geólogos, a um “ciclo” de transformações que ocorrem em uma região equivalente no continente africano, o Sahara, que segundo estudos geológicos, de uma forma cíclica e muito coincidente com o ciclo de inversão dos pólos se transforma de região desértica em região chuvosa e fértil, voltando a ser desértico.

 

                        Sérgio Moraes

(20/07/2010)