BIOLOGIA EM FOCO

 

Terrível caramujo é considerado o animal mais venenoso do mundo

 

    Seu veneno é um coquetel de moléculas peptídicas neurotóxicas.Vamos admitir, as conchas dos caracóis marinhos são verdadeiras  obras de arte, possuindo uma combinação de cores que hipnotiza qualquer pessoa, mas, quando estivermos falando do caracol-do-cone é melhor você correr. Pegar nele? Nem pense nisso!

    No gênero Conus, destacamos duas espécies cujos nomes científicos são Conus magus Linnaeus, 1758 e Connus pannaeus Linnaeus, 1758. Estas espécies possuem um veneno poderosíssimo formado por centenas de compostos, muitos deles encontrados até em venenos de cobra. Possui um substância que é particularmente centenas de vezes mais potente que a morfina. Pesquisas revelam que apenas uma gota do veneno desse “dócil” animal é suficiente para matar 20 pessoas adultas.

    Apesar de terrível ele não é uma descoberta científica recente, a cerca de 25 anos os cientistas da Universidade de Utah isolaram a molécula do veneno desse caracol  e constataram que possuía um poder analgésico nos humanos. Os estudos não pararam por aí, esse só foi o ponta pé inicial de uma série de estudos que duraram mais de 20 anos para conseguirem sintetizar em laboratório o mesmo composto que atualmente é utilizado em um novo fármaco, chamado de Prialt (princípio ativo é a ziconotida).

    Umas das grandes  vantagens desse novo medicamento é seu absurdo poder analgésico, sendo classificado como mil vezes mais potente que a morfina. O grande problema da morfina é o seu poder de viciamento por ser uma molécula opióide, derivado de ópio. Já a ziconotida não possui efeito viciante.

    Muitas das moléculas que compõem o seu veneno ainda não possuem estudos que provem ou indiquem suas respectivas ações, porém, existem cerca de 6 tipos de toxinas que são bastante estudadas e suas ações no corpo humano são completamente elucidadas.

O caracol-do-cone possui um “dente” formado por quitina (proteína dura) possuindo aspecto de um arpão cheio de microfarpas. O veneno é injetado de modo absolutamente rápido e não existe nenhuma espécie de antídoto para quem for “picado”.

É importante salientar que esse veneno pode ser retirado de todos os caracóis do gênero Conus. O gene responsável pela fabricação do veneno parece ter sofrido uma mutação ao longo das gerações o que proporciona ao animal produzir suas toxinas rapidamente e com uma variedade espantosa de moléculas.

O veneno pode ser retirado dos caracóis mortos ou com o caracol vivo. O grande problema de se retirar sua glândula após a morte é que dentro dela possui uma infinidade de milhares de compostos que muitas vezes não são usados pelo caracol para matar a presa e isso dificuldade a isolação dos principais princípios ativos. Já a retirada do veneno do caracol vivo também é complicado porque não é fácil lidar com um animal grande, extremamente perigoso e que não libera as toxinas facilmente.

A ação de suas neurotoxinas nos faz pensar que suas vítimas (moluscos e peixes) não sintam dor. Como a inserção do veneno na presa é de forma rápida, paralisando-o eficazmente e, logo em seguida, a ação poderosa de seus analgésicos entram em ação, a presa poderá ser engolida e se sentir nas nuvens por estar sob ação alucinógena e analgésica. Confira no vídeo abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 Ásia tem inseto mais comprido do mundo.

(Ele é um a das 123 novas espécies descobertas pelos cientistas nos últimos três anos nas florestas tropicais no sudeste do continente. Outro animal que chama à atenção é uma rã sem pulmões.)

 

                Uma rã sem pulmões e o inseto mais comprido do mundo fazem parte das 123 novas espécies descobertas nas florestas tropicais de ilha de Bornéu, no Sudeste da Ásia, anunciou a Fundação Mundial para a Natureza (WWF).

                A descoberta foi feita em uma zona de 220.000 km2 de floresta frondosa, conhecida como coração de Bornéu e protegida desde 2007 pela Malásia, Indonésia e Sultanato de Brunei, três países que compartilhm a ilha de Bornéu, esclarece o WWF em seu relatório.

                “Descobrimos três novas espécies por mês em média, 123 ao longo dos últimos três anos, e pelo menos 600 nos últimos ao longo dos últimos quinze anos,” comemorou Adan Tomazek, chefe do programa Coração de Bornéu do WWF. Segundo a agência AFP, “as novas descobertas demonstras a riqueza da biodiversidade de Bornéu e permitem esperar novos achados, alguns dos quais poderão contribuir para curar enfermidades como formas de câncer e outras.”

                O Coração de Bornéu abriga dez espécies de primatas, mais de 350 espécies de pássaros, 150 de répteis e anfíbios, assim como 10 mil espécies de plantas que não são encontradas em nenhuma  outra parte do mundo (endemismo).

                Entre as novas espécies descobertas em 2008 figura uma rã de sete centímetro de comprimento e cabeça plana, Barbourula kalimantanensis, que respira, exclusivamente, através da pele (cutânea), uma vez que não possui pulmões.

                No mesmo ano os pesquisadores descobriram o Phobaeticus chani, considerado o inseto mais comprido do mundo, com quase 36cm de comprimento (sem as antenas). Só foram achados três exemplares dessa espécie.

 

                Entre os animais mais insólitos figura também uma lesma encontrada no monte Kinabalu que lança “dardos de amor” contendo hormônios em seus parceiros para estimular sua capacidade reprodutiva.

Os cientistas querem que os três países envolvidos em Bornéu garantam a proteção da biodiversidade da ilha.

"Sabemos que é impossível para os três governos não desenvolver atividades mineradoras, floretais ou plantações", reconhece Tomasek. "Mas pedimos que se estabeleça um equilíbrio entre a preservação e um desenvolvimento sustentável para proteger esta zona única para as gerações futuras".

A Indonésia e a Malásia são os dois principais produtores de óleo de palma (azeite de dendê), com 85% da produção mundial.

Alguns organizações ecologistas culpam esta exploração de ser uma das principais causas dos desmatamento, principalmente em Bornéu.

 

https://www.cgn.inf.br/imagens/afp/

 

 

 

 

Planta estimula animal a dispersar suas sementes.

** Entre outras espécies, o Mulungu é capaz de induzir animais a dispersar suas sementes.**

                SÂO PAULO – Plantas como o MULUNGU (Erythrina velutina) – árvore nativa da Mata Atlântica – produzem semente duras e coloridas muito utilizadas em artesanato, na fabricação de colares e pulseiras.

                Além do sucesso nas feiras de artesanato, as chamadas SEMENTES MIMÉTICAS, fazem parte de uma complexa estratégia evolutiva de dispersão da sua espécie.

                Estudos realizados pela ESALQ, escola de agronomia vinculada à USP, demonstrou que o fenômeno da DORMÊNCIA da semente tem um papel importante para o sucesso dessas estratégias de dispersão das sementes miméticas.

                De acordo com Pedro Brancalion, diversas espécies de plantas utilizam a estratégia de atrair animais para auxiliar na dispersão de suas sementes. O meio mais comum disso ocorrer é a planta utilizar frutos carnosos, nutritivos e coloridos, que estimulam o animal a comê-lo. As sementes (altamente resistentes) não são digeridas e acabam sendo excretadas longe da “planta mãe”.

                O grupo de plantas com sementes miméticas, no entanto, vale-se de uma espécie de “estelionato biológico”: elas produzem sementes coloridas que enganam o animal atraindo-o sem, no entanto, lhe oferecer nada de nutritivo.

                A vantagem evolutiva dessas plantas reside no fato de poderem dispersar suas sementes sem o gasto energético necessário para a produção de frutos que demandam uma grande quantidade glicídios, lipídios e proteínas que a planta não necessita mais produzir.

 Adaptado por Sérgio Moraes.